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Dossiês recentes

Capítulo 11

Como abordar o tema

Falando sobre o assunto

Já ficou mais do que claro que devemos, sim, desmistificar a questão do suicídio, informando e conscientizando as pessoas sobre o tema, pois essa é a melhor forma de prevenção. Manter o suicídio como tabu tem servido apenas para deixar o assunto intocado, mesmo com o crescimento nas taxas.

Entretanto, é óbvio que isso não deve ser feito de qualquer maneira. Para evitar que algo como o Efeito Werther ocorra, deve-se tratar o tema com responsabilidade, visando sempre a informação e a conscientização, sem sensacionalismo. Falar sobre o suicídio de forma inadequada pode ser contraproducente, podendo causar consequência negativa.

Esse é o exemplo da série Os 13 Porquês, já abordado neste dossiê. A produção foi positiva no sentido de colocar o suicídio na pauta da sociedade, além de outros temas muito importantes, como bullying e a intolerância. Porém, a série desrespeitou algumas práticas tidas como ideais por profissionais e especialistas, principalmente no sentido da glamorização do ato e da culpabilização de terceiros, o que pode provocar um efeito negativo em algumas pessoas que já tenham algum problema nesse sentido, e se identifiquem com os personagens.

A OMS lançou uma cartilha, destinada a profissionais da mídia, sobre as melhores maneiras de se abordar o tema do suicídio, e o que deve ser evitado.

Em resumo, recomenda-se:

  • Trabalhar em conjunto com autoridades de saúde na apresentação dos fatos.
  • Referir-se ao suicídio como suicídio “consumado”, não como suicídio “bem sucedido”.
  • Apresentar somente dados relevantes, em páginas internas de veículos impressos.
  • Destacar as alternativas ao suicídio.
  • Fornecer informações sobre números de telefones e endereços de grupos de apoio e serviços onde se possa obter ajuda.
  • Mostrar indicadores de risco e sinais de alerta sobre comportamento suicida.
  • Não publicar fotografias do falecido ou cartas suicidas.
  • Não informar detalhes específicos do método utilizado.
  • Não fornecer explicações simplistas.
  • Não glorificar o suicídio ou fazer sensacionalismo sobre o caso.
  • Não usar estereótipos religiosos ou culturais.
  • Não atribuir culpas.