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Capítulo 8

A Baleia Azul

O cybercrime que virou jogo

A história da Baleia Azul surgiu nas redes sociais na Rússia, em 2015, chegando ao Brasil em meados de abril de 2017. Boatos e notícias falsas circularam pelas redes, citavam um suposto jogo macabro formado por desafios, que ficavam a cada etapa mais complicados e tenebrosos, como, por exemplo, talhar uma baleia azul no braço, até o último dos desafios: cometer suicídio.

Os sites que checam a veracidade de fatos, como Snopes, Radio Free Europe e Boatos.org, investigaram a história. Chegou-se à conclusão de que as primeiras notícias sobre o “jogo” eram falsas.

A história publicada na mídia e difundida nos boatos era a seguinte: para ser convidado para o “jogo” da Baleia Azul, era necessário apenas um post com uma hashtag em uma rede social, para que um administrador entrasse em contato e fizesse o convite para o grupo. Falsos relatos contavam que não havia saída para o jogo, que os administradores não permitiam ninguém sair do desafio, sob a ameaça de morte de familiares e até do próprio jogador.

O boato pegou tão forte que o assunto espalhou-se pelo mundo todo e, o mais assustador, depois de algum tempo, alguns casos que possivelmente teriam relação com a Baleia Azul começaram a aparecer, mesmo sem confirmação de existência de um “jogo” específico. As investigações ainda estão em curso, e um jovem de 19 anos foi preso no Maranhão, acusado de aliciar vítimas para o pretenso jogo.

Mas, acima de tudo, é importante que o assunto tenha destacado a necessidade maior do acompanhamento da vida digital dos adolescentes e atenção de país e educadores para sintomas de depressão, baixa autoestima, bullying e violência.

Seguindo a tendência do monitoramento geral, a maior parte das menções sobre Baleia Azul se concentrou em abril, com quase 63,9% do total.

Tipos das menções

ABRIL

As piadas realmente dominaram as menções sobre a Baleia Azul. Em abril, elas representaram 50,1% do total de menções, seguidas por opiniões, com 24,9%. As citações tiveram 10,1%, as notícias, 5,6%, os depoimentos, 4,8% e os relatos, 4,5%.

MAIO

Em maio, a porcentagem das piadas aumentou ainda mais, talvez pelo fato de a repercussão ter diminuído. As brincadeiras ficaram com 63,4% do total, enquanto as notícias tiveram 12,3%, opiniões 11,7%, relatos 7,8%, citaçõs, 2,8% e depoimentos, 2,0%.

GERAL

Somando os dois períodos, as piadas ficaram com 54,9%, as opiniões com 20,1%, as notícias 8,1%, as citações, com 7,5%, os relatos, com 5,7% e os depoimentos, com 3,7%.

Sentimentação

ABRIL

No mês de abril, em que as notícias começaram a viralizar, as menções neutras foram maioria, com 62,7% do total, principalmente por conta de piadas e trocadilhos com o termo “baleia azul”. Eram de compartilhamento e de repercussão das notícias sobre o fato, porém sem um posicionamento claro. As positivas, quando a pessoa buscava conscientizar e informar sobre o tema, vieram na sequência, com 20,1%, muito próximas das negativas, que incentivaram a participação, julgaram de maneira pejorativa quem participasse ou minimizaram o problema, com 17,2%.

Comentários positivos: quando a pessoa demonstrou uma conscientização sobre o tema. Comentários negativos: mensagens preconceituosas, que reforçam o tabu, incentivam o suicídio ou demonstram falta de conscientização. Comentários neutros: quando não há um posicionamento claro na postagem.

MAIO

Já em maio, quando a discussão diminuiu, e sobraram basicamente as piadas, as menções positivas caíram ainda mais, com apenas 3% do total. As neutras continuaram disparadas à frente, com 68,7%, e as negativas vieram na sequência, com 28,3%.

Comentários positivos: quando a pessoa demonstrou uma conscientização sobre o tema. Comentários negativos: mensagens preconceituosas, que reforçam o tabu, incentivam o suicídio ou demonstram falta de conscientização. Comentários neutros: quando não há um posicionamento claro na postagem.

GERAL

No geral, a maior parte dos comentários foi neutra, com 64,9%. Na sequência, vieram as menções negativas, com 21,2%. Por fim, as postagens positivas tiveram apenas 13,9%, mostrando a pouca conscientização no debate sobre a Baleia Azul nas redes.

Comentários positivos: quando a pessoa demonstrou uma conscientização sobre o tema. Comentários negativos: mensagens preconceituosas, que reforçam o tabu, incentivam o suicídio ou demonstram falta de conscientização. Comentários neutros: quando não há um posicionamento claro na postagem.

Dia vs Buzz

O assunto da Baleia Azul começou a viralizar em nossas redes principalmente a partir do dia 20 de abril, atingindo seu pico no dia 29 do mesmo mês. A partir do dia 4 de maio, a quantidade de comentários começou a cair, diminuindo consideravelmente ao longo do mês.

Considerando a média por dias da semana, a quantidade de menções crescia a partir das quartas-feiras, atingindo seu pico aos sábados.

Já para a média por horas, a quantidade de postagens começava a subir a partir das 8h, atingindo seu pico às 18h, quando começavam a cair, mas mantendo-se com números consideráveis até às 0h.

Locais

 

Quando o assunto foi Baleia Azul, o Rio de Janeiro foi o estado com mais comentários, com 30,2% do total. Em segundo lugar ficou São Paulo, com 16%, seguido por Minas Gerais, que teve 9,8%. Também apareceram com valores expressivos Santa Catarina (6,3%), Rio Grande do Sul (6,1%), Pará (4,8%) e Espírito Santo (4,1%).

Nuvem de termos

Legenda: O tamanho de cada palavra é proporcional à frequência de postagens durante o período analisado (abril e maio de 2017).

Grafo de conexões

O grafo de conexões dos usuários que discutiram o assunto Baleia Azul no Twitter e no Instagram demonstra, ao contrário do grafo geral, que existem mais interconexões entre os diferentes clusters (agrupamentos de discussões). Surgem influenciadores que fazem deslocar o assunto de um agrupamento para outro. Para ver cada um desses influenciadores, que estão no centro de cada grupo, de onde saem ou chegam as conexões, clique aqui, amplie a página e coloque o cursor exatamente no centro de cada agrupamento. Cada ponto é uma pessoa em uma determinada rede. As cores apenas indicam o cluster.